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Áreas Verdes Horizontais

Como exemplo inicial de criação de áreas verdes horizontais citamos os “canteiros centrais ajardinados” implantados no nível de ruas arteriais da cidade de Chicago, compostos por vegetação de fácil adaptação ao meio urbano, que além de oferecem segurança, dividindo pistas em ruas de mão dupla, colaboram para a redução do efeito “ilhas de calor”, por meio da melhoria da umidade local, e são capazes de coletar e armazenar águas pluviais, aliviando a rede presente (ver Figura 17). Cabe dizer que além da prefeitura, alguns locais são mantidos por entidades privadas. Outro exemplo se refere às iniciativas da cidade de Toronto, que entre outras, sugere que as árvores de rua e outras áreas de vegetação urbana devem sombrear 30% de todas as superfícies pavimentadas da cidade[23]. Uma das soluções urbanísticas adotadas se refere ao plantio de árvores no formato de “trincheiras lineares”, que seguindo as recomendações de projeto devem ter pelo menos 1.80 metros de largura (ver Figura 18), medida que permite um solo interconectado e o crescimento saudável das raízes e, por conta da configuração, a formação de copas contínuas, o que aumenta a qualidade da sombra alcançada.

Figura 17 - Canteiros centrais ajardinados

Fonte: https://www.cityofchicago.org/city/en/depts/cdot/provdrs/street/svcs

Figura 18 - Trincheiras de árvores em Toronto

Fonte: Urban Heat Island Mitigation Strategy Toolkit Created for the City of Toronto by EC2 https://www.cip-icu.ca/Files/Resources/STUDIO2-RYERSON-UHI-TOOLKIT-FINAL-REPORT.aspx

Em Quebec, a inserção de vegetação em perímetros de edifícios residenciais, comerciais e industriais é recomendada na lista de estratégias de mitigação das ICU, considerando que sua presença mantém o solo do entorno dessas edificações mais frio e ajuda a evitar a reflexão da radiação solar direta, o que previne o aumento da temperatura do ar periférico (ver Figura 19). Na mesma linha, FUNG (2013) mostra uma revitalização por meio da inserção de vegetação no entorno de um prédio em Hong Kong (ver Figura 20).

Figura 19 - Vegetação no entorno de edifícios

Fonte: https://www.inspq.qc.ca/pdf/publications/1513_UrbanHeatIslandMitigationStrategies.pdf

 

Figura 20 - Inserção de vegetação no perímetro de uma edificação

Fonte: http://www.polyu.edu.hk/greencampus/files/CS%20Weeks_Seminars%20PDF/Putting%20the%20Urban%20Greening%20Pieces%20Together.pdf

 

A cidade de Sidney, na Austrália, apresenta um Plano Estratégico de Ecologia Urbana desde março de 2014, elaborado para incentivar o plantio de árvores por parte da população, por meio de doações de espécies e apoio técnico, numa estratégia de envolvimento real da sociedade nas causas ambientais.

 

O Plano de Adaptação de Bolonha, documento incluindo algumas medidas locais reais para tornar a cidade mais resiliente e capaz de enfrentar os desafios das mudanças climáticas, entre eles a mitigação das ilhas de calor urbanas, sugere a introdução de novas superfícies verdes nos espaços localizados entre o aglomerado de construções. O plano, entre outras medidas, consiste em inserir vegetação em áreas pavimentadas, telhados e fachadas. Dentro dessa iniciativa, Bolonha representa uma cidade-piloto, sendo a primeira na Itália a adotar um plano para enfrentar as mudanças climáticas e com o envolvimento dos cidadãos[24].

 

Segundo BARROS (2016), os bairros com altos índices de biomassa vegetal localizados no centro oeste e sul do município de São Paulo:  Jardim Paulista, Pinheiros, Consolação, Perdizes, Alto de Pinheiros, Butantã, Morumbi, Vila Mariana e Vila Andrade, apresentam características de uma Ilha de Frescor, o que mostra a relevância da mitigação por meio da expansão da vegetação na cidade.

 

Uma opção para redução das “ilhas de calor” seria a criação de corredores verdes na cidade. Como exemplo citamos COSTA (2010), que em seu estudo, propôs a implantação desse recurso na cidade de São Paulo, interligando as subprefeituras da Móoca, Sé e Pinheiros (ver Figura 21e Figura 22).

Figura 21 - Corredor verde em Pinheiros / SP

Fonte: http://www.gvces.com.br/corredores-verdes-reduzirao-ilhas-de-calor-e-inundacoes-em-sp

Figura 22 - Proposta de corredores verdes em SP

Fonte: http://www.gvces.com.br/corredores-verdes-reduzirao-ilhas-de-calor-e-inundacoes-em-sp

Quanto ao custo benefício na implantação de estratégias, citamos um estudo da organização The Nature Conservancy (TNC) e do Grupo C40 de grandes cidades na liderança climática, realizado em outubro de 2016, que conclui que investir no plantio de árvores em grandes centros urbanos, densamente povoados, representa uma solução economicamente eficiente frente a outras estratégias, sendo capaz de proteger a saúde de milhões de pessoas no futuro. O estudo afirma que as árvores são a única solução que apresenta a possibilidade de limpar e resfriar o ar ao mesmo tempo, reduzindo a poluição atmosférica, os efeitos das ilhas de calor e, consequentemente, o aquecimento global.  Os pesquisadores estudaram os efeitos das árvores sobre a qualidade do ar em 245 das maiores cidades do mundo, entre elas São Paulo e documentaram suas descobertas no relatório Planting Healthy Air[25].

 

No site da organização é possível verificar estudos de caso  sobre as cidades que se esforçam para tornar seu ar mais saudável, como:  Atlanta, Pequim , Denver , Hong Kong , Jacarta , Joanesburgo , Londres , Los Angeles, Cidade do México , Nairobi , Nova York , Paris , Rio de Janeiro , Seul e Xangai.

Compêndio_Preliminar_-_Redução_de_Ilhas_
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23 Fonte: Urban Heat Island Mitigation Strategy Toolkit Created for the City of Toronto by EC2
https://www.cip-icu.ca/Files/Resources/STUDIO2-RYERSON-UHI-TOOLKIT-FINAL-REPORT.aspx
24 https://www.witpress.com/elibrary/wit-transactions-on-ecology-and-the-environment/223/36394
25 Planting Healthy Air Report – Fonte: https://global.nature.org/content/healthyair?src=r.global.healthyair
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